23/04/2006

navegar é preciso, e isso é viver. uma aventura em mares desconhecidos: nossos melhores mapas são desenhos imprecisos, cheios de monstros marinhos e abismos; e, em geral, ainda acreditamos ser uma superfície chata. não que estejam errados, ou sejam enganosos: basta a bússola, um centro magnético, e pronto, quem tem coragem que se arrisque a fazer suas descobertas, e encontrar seus novos mundos. mas é bom não ser afoito: um escorbuto aqui, uma tempestade ali, e muitos navegam pra mundos que não estavam inicialmente dispostos a ir. por isso é bom uma arca voadora, um balão mágico, super fantástico.

15/04/2006

concluindo, fico com a pomba.

há muita morbidez. "o mar escuro, trará o medo, lado a lado, com os corais..". resquícios de uma ontologia do abandono, de uma auto-compreensão de/sobre/em o isolamento; estar aí, cada um por si. desconfiança e auto-afirmação em uma afirmação radical da responsabilidade, que é ela mesma uma atitude irresponsável. medo do escuro, a noite esconde, o dia revela (quando a metáfora perde seu caráter conotativo e torna-se denotativa, ou vice-versa). muitas placas, poucas saídas; respira fundo e desembainha a espada, a faísca faz fogueira: clareia, mas queima. o fantasma não é assustador; quem se assusta é que é assustado. confiança/desconfiança é uma atitude fundamental. sobrevivência dos mais aptos é uma pi-nóia, um número irracional da racionalidade patológica; a vida também convida a tomar chá, nem tudo é uma armadilha, talvez nada o seja.